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O tempo


Você pode ler esse texto ao som de Kansas - Dust in the Wind

O tempo passou. Pois é, por mais que eu tenha me negado a acreditar naqueles conselhos estúpidos que me davam, o tempo realmente passou, passou correndo pelos meus olhos, e eu nem me dei conta de que a vida havia se transformado, mudado a direção, se fazendo e refazendo num ciclo interminável de fins e recomeços. O tempo passou, só não curou como diziam que iria curar.
Eu continuo com minhas feridas abertas, continuo fragilizada , e continuo mordendo os lábios pra não chorar. Minha caneta continua dando forma à linhas e mais linhas quando minha alma quer gritar, mas eu não grito, e somente as palavras viram desabafo. O tempo passou e não me mudou... O tempo passou e não me curou!
Porém, tempo não é medicamento, muito menos hospital pra que eu tenha esperanças que ele me cure. Tempo não é alegria pra vir e entrar no meu peito pra poder substituir a tristeza. Tempo não é lenço de papel pra secar as minhas lágrimas. Tempo é aquilo que corre lá fora enquanto eu me nego a me levantar da cama por medo do mundo. Tempo é aquilo que passa e me dá a oportunidade de fazer diferente todo dia. O tempo passa, mas não cura.
Não adiantaria que eu tentasse engolir um relógio pra ver se o "tic-tac" iria me restaurar lá dentro, porque o tempo passa, essa é a sua função. O tempo passa, deixa o que me feriu no passado e me traz novos momentos, novos sorrisos. Mas no fim das contas eu estava tão apegada as minhas feridas, que não enxerguei que o tempo só passa, não cura, mas dá a oportunidade pra que eu me cure.
O tempo passa, diminui a cada segundo, e eu mesmo assim esperei que ele pudesse me curar. O tempo não me curou afinal, porém me ensinou. Me ensinou que independentemente do tamanho das minhas feridas, não existe nada no mundo que possa curá-las, a não ser eu mesma, e pra isso é que existe o tempo, o tempo que passa e me traz sempre novos caminhos, basta eu querer trilhá-los.

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