Meu livro favorito da infância
O meu amor por livros, certamente nasceu em mim antes mesmo que eu aprendesse a ler. Minha mãe que é a grande responsável por isso, veja só que culpa boa!
Lembro que quando eu tinha uns 3 ou 4 anos, ela lia pequenas histórias para que eu ouvisse, e em seguida fazíamos uma pequena interpretação da mesma. E foi assim, que mesmo sem entender o que diziam aquelas letrinhas miúdas, já havia se despertado em mim a curiosidade e o gosto pela leitura.
Depois que de fato aprendi a ler, não parei mais - e estou falando de quando eu tinha apenas meus 6 anos. Todo livro me representava uma grande aventura, não importava se grande ou pequeno, ou se tinha muitas ou nenhuma figura: eu gostava de todos os livros, já havia aprendido a amá-los por seu conteúdo, e ainda que imaginar as cenas era muito mais divertido do que perder tempo com as ilustrações.
De todos os livros, os que eu mais gostava quando criança eram dos contos de fadas, das princesas e dos dragões, e dos mundos encantados que neles existiam. Sempre fui muito sonhadora, e até hoje contos de fada me encantam, apesar de que eu curta um estilo de literatura fantástica um pouco mais adulta agora.
Apesar disso, a minha história favorita quando criança, não foram um dos contos de Grimm. Certamente que eu tinha um grande gosto por estas, mas o livro que mais me encantou nem se quer um conto de fadas com princesas era. O livro se chamava "Pipistrelo das Mil cores", de Zélia Gattai, e era um livro que pertencia a minha escola, portanto, hoje não o tenho mais, mas na época, sempre que podia o levava para casa para refazer a leitura.
Pipistrelo era um bicho, como um dragão. Não tinha voz, não podia falar, mas expressava suas emoções mudando a cor de suas asas de seda. Como sempre, a ganância humana fez com que três caçadores o capturassem, e dele fizessem um leilão, interessados em todo o dinheiro que aquela bela criatura poderia lhes dar. Os caçadores, felizmente, são presos, mas mais uma vez, o ser humano acha que a natureza tem de estar ao seu dispor, e colocam o Pipistrelo das mil cores em um zoológico, afinal, tal esplendida criatura atrairia muitas visitas. Pipistrelo já muito triste, confinado para o divertimento humano, recebe a visita de crianças que estavam em um passeio de classe, que percebem os sentimentos do animal. Estas crianças então, arrumam o seu jeitinho para libertarem o Bicho, e Pipistrelo voa livre, e pode voltar a ser feliz, afinal.
Eu, como pequena sonhadora, acreditava que as crianças seriam a esperança do mundo, e que elas com sua bondade e inocência, poderiam salvar o planeta de tanta maldade humana. Acredito que por isso que este livro me encantou tanto, quando mostra as maldades humanas, e quando as salvadoras são pequenas crianças vendo o mundo com seus olhos cheios de amor.
Caso interesse, este livro está a venda na Saraiva.
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